domingo, 20 de novembro de 2011

BIOMAS


RESUMO SOBRE FONTES DE ENERGIA


As fontes de energia são de fundamental importância, em especial na atual sociedade capitalista. Essas substâncias, após serem submetidas a um processo de transformação, proporcionam energia para o homem cozinhar seus alimentos, aquecer e iluminar o ambiente, etc.
Contudo, foi com o advento das Revoluções Industriais, juntamente com a intensificação do processo de urbanização, que a utilização das fontes energéticas teve um aumento extraordinário. O atual modelo capitalista é altamente dependente de recursos energéticos para o funcionamento das máquinas industriais e agrícolas; os automóveis também necessitam de combustíveis para se deslocarem; e a urbanização aumentou a demanda de eletricidade.
Diante desse cenário, o consumo de energia aumentou de forma significativa, fato que tem gerado grandes problemas socioambientais. Isso porque a maioria das fontes utilizadas é de origem fóssil (carvão, gás natural, petróleo), e sua queima libera vários gases responsáveis pela poluição atmosférica, efeito estufa, contaminação dos recursos hídricos, entre outros fatores nocivos ao meio ambiente.
Outro aspecto negativo é que essas fontes não são renováveis, ou seja, elas se esgotarão da natureza. Segundo estimativas da Agência Internacional de Energia (AIE), caso se mantenha a média de consumo das últimas décadas, as reservas de petróleo e gás natural irão se esgotar em 100 anos e as de carvão, em 200 anos.
A energia nuclear, também de origem não renovável, é motivo de várias manifestações contra o seu uso, pois pode haver a liberação de material radioativo em caso de acidentes em uma usina nuclear, como os que ocorreram em Chernobyl (Ucrânia) e em Fukushima Daiichi (Japão).
Com o intuito de diversificar a matriz energética, várias pesquisas foram desenvolvidas para a obtenção de fontes limpas e renováveis. Entre elas estão a energia solar (obtida através do Sol), energia eólica (dos ventos), energia das marés (correntes marítimas), biomassa (matéria orgânica), hidráulica (das águas), entre outras. Estas fontes, além de serem encontradas em abundância na natureza, geram menos impactos ambientais.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011


A AMAZÔNIA E A COBIÇA DO IMPERIALISMO
A Amazônia é um fato territorial sul-americano que, cobiçada como celeiro de riquezas, transpõe os limites do Pacto Amazônico (firmado em 3 de junho de 1978) e da América do Sul, transformando-se em fato geopolítico, logo espaço de intromissão imperialista. (A crise colombiana e a intervenção dos EUA não deixam dúvidas quanto a isso.) A principal nação a ser afetada pela cobiça imperialista é o Brasil, detentor da maior parte dela. Mas é exatamente este fato territorial, cuja virtualidade espacial e econômica pode nuclear a fundação de uma potência no hemisfério sul, o elemento central sobre o qual se voltam os interesses estratégicos do imperialismo norte-americano. Compactua com ele a avidez da Europa ocidental e do Japão, na doce ilusão de dividirem a riqueza amazônica, como se a superpotência lhes permitisse tamanha ousadia, para além das sobras supérfluas. (Talvez lhes conviesse mais que a Amazônia continuasse sul-americana e clandestina). Mas a estratégia norte-americana é outra. Aos EUA não convém confrontar-se com uma possível potência rival no espaço das Américas; este espaço eles o tem como exclusividade sua. Claro, não está em disputa um deserto inútil. Disputa-se um esplêndido território, cuja riqueza pode prolongar a supremacia mundial da Norte-América. A energia existente no subcontinente meridional é vital ao grande irmão. A posse colonial e a fragmentação territorial. Eis a estratégia do imperialismo para os seus espaços periféricos. A Amazônia e a América do Sul se enquadram nesta terrível lógica.
Para este fim serve a ideologia da Amazônia como patrimônio da humanidade; serve, também, a contínua ameaça – às vezes velada, às vezes explícita – da sua internacionalização. Para este propósito, criam-se mitos verdadeiros e fatos falsos. Ou falseiam fatos e justificam mitos, numa preparação dirigida da opinião pública, cooptada por uma mídia devidamente condicionada. Nesta onda, surfam "intelectuais" alienados. Tal se dá com as questões indígena e ambiental, com o narcotráfico e com a estória da "Amazônia pulmão do mundo", desvirtuando-lhe o sentido e o alcance, numa pretensa ignorância da função oxigenadora dos oceanos e mares..
Territorialmente a Amazônia corresponde a 1/20 da superfície terrestre, 2/5 do continente sul-americano, e mais da metade do território brasileiro. Além do Brasil, ela incorpora a Bolívia, a Colômbia, o Equador, a Guiana, a Guiana Francesa, o Peru, Suriname e a Venezuela. A Amazônia brasileira, que incorpora os estados do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima, Tocantins, o oeste do Maranhão e o norte do Mato Grosso, se considerada nos seus aspectos geodésicos e políticos, mede mais de cinco milhões de km², com uma população que não chega aos 20 milhões. Mas, esposando aqui a opinião do Almirante Gama e Silva, a verdadeira Amazônia brasileira tem cerca de 4,048 milhões de quilômetros quadrados, sendo 3,648 milhões ocupados por vegetação natural, e o restante ocupado por rios, lagos e usos institucionais ou diversificados.
A Amazônia possui 1/5 da água doce do planeta, 1/3 das florestas latifoliadas. Ambicionada a sua diversidade biológica. É o maior banco genético da Terra. Não se tem ainda conhecimento pleno da quantidade de espécies vegetais e animais que nela existem. Já se computaram milhares de espécies vegetais e uma quantidade maior ainda de espécies animais. Além da floresta, ela inclui matas de várzea, campos e cerrados. Calcula-se em mais de um trilhão de dólares o valor da madeira de lei que dela se pode extrair, valorizadas no mundo inteiro, principalmente com a previsão, para as próximas décadas, do esgotamento das florestas tropicais da Ásia e da África. Existe na Amazônia mais de 100 espécies de madeiras nobres. Apenas 10% são conhecidas no exterior. No entanto, na Amazônia, uma ocupação racional e cientificamente planejada encontrará uma natureza favorável à rápida regeneração da floresta. Na imensidão das suas águas, a produção pesqueira atual retira mais de 180 mil toneladas por ano. Isto numa Amazônia ainda praticamente inexplorada, permitindo estimar-se em mais de 300 mil toneladas/ano esse potencial.
Na Amazônia, está uma das maiores reservas mundiais de minerais estratégicos, cujo valor não se pode ainda dimensionar. Ouro no Pará, no Amazonas, em Roraima e no Amapá; ferro no Pará (serra dos Carajás), no Amapá, no Amazonas; sal-gema no Amazonas e no Pará; manganês no Amapá, no Pará e no Amazonas; bauxita no Pará (Oriximiná, no rio Trombetas e em Tucuruí), além de calcário, casseterita, gipsita, linhita, cobre, estanho, nióbio, tântalo, zircônio, criolita (usada como fundente na eletrólise do alumínio), caulim, diamante, chumbo, níquel. De vários destes minérios, o Brasil possui as maiores jazidas do mundo, estando, nos demais entre as maiores reservas.
Resumindo: sobre o rico potencial amazônico, não faltam hoje estudos sérios. Desta forma, passo batido sobre o seu potencial petrolífero e sobre a existência de material radioativo, para a combustão nuclear, como o tório. Contudo, não posso omitir três questões que as julgo estratégicas para a geopolítica do século XXI: a era dos carboidratos que substituirá a era dos hidrocarbonetos, esta já em processo de declínio acelerado; a imensidão amazônica como o maior "vazio" geográfico que, apesar do clima quente e úmido, pode ser imediatamente ocupado, somando-se a isso o fato, nada desprezível, de que a Amazônia dispõe de quase 2,5 milhões de km² de terras propícias para a agricultura – 8% das disponibilidades mundiais. (Estudo sobre a produção mundial de alimentos, promovido pelo Governo dos EUA em 1967 – "The World Food Problem"); e a localização estratégica como núcleo de integração da América meridional, tanto para a unidade política da América Latina, quanto para a centralização de um poder imperial em novo processo colonial do subcontinente.
Todavia, para impedir a biopirataria e a exploração predatória de grupos clandestinos ouconsentidos e de empresas estrangeiras lá instaladas, (mais de duas dezenas, quase todas asiáticas), cuja ação devastadora é cinicamente ignorada pelo Governo, os brasileiros precisam ocupar racionalmente a Amazônia, através de um planejamento estratégico, metódico, para obstar, não só a sua devastação, mas, também, para impedir que ela escape ao seu domínio. Povo que não sabe usufruir da riqueza que possui, acaba vendo-a devastada e surrupiada por estranhos.
Ninguém desconhece a grande dependência que os países desenvolvidos têm do petróleo. Embora as reservas mundiais, hoje estimadas em um trilhão de barris, possam garantir o abastecimento, ao ritmo atual de consumo, por mais quatro ou cinco décadas, independentemente de novas descobertas, a verdade é que a maior parte destas reservas não se localiza no território dos países centrais. Os EUA já importam aproximadamente 60% do petróleo que consomem. No ritmo atual, as reservas ainda existentes no seu subsolo terminarão na próxima década, passando a depender totalmente do petróleo importado, ainda que, no futuro, este combustível perca importância graças ao desenvolvimento tecnológico, rumo a novas fontes de energia.
Porém, não apenas de petróleo depende o desenvolvimento dos países ricos. Eles têm uma dependência, praticamente vital para continuarem ricos e formosos, de uma enorme quantidade de minérios, sem os quais a sua economia industrial desmorona.
A dependência dos países, assim chamados, desenvolvidos.
Minérios/BlocosEUAUEJapão
em %



Nióbio
100
100
100
Manganês
98
100
100
Alumínio
91
97
100
Tântalo
91
100
100
Estanho
82
80
85
Zinco
57
57
48
Mica
100
83
100
Cobalto
97
100
100
Cromo
91
97
99
Platina
91
100
98
Níquel
70
87
100
Tungstênio
52
87
75
Antimônio
51
91
100
Cobre
13
80
80
Fosfatos
01
99
100
Vanádio
42
100
100
Chumbo
13
44
47
Molibdênio
--
100
99
Como representante da Trilateral, em 1979, Henry Kissinger, evidenciava essas carências: "Os países industrializados não poderão viver à maneira como existiram até hoje, se não tiverem à sua disposição os recursos naturais não-renováveis do planeta. Para isso, terão que montar sistemas mais requintados e eficientes de pressões e constrangimentos, que garantam a consecução de seus objetivos."
Eis porque a Amazônia transformar-se-á, no século XXI, numa das principais regiões do planeta, cuja exploração sustentará um novo ciclo de desenvolvimento.
Até a definição das fronteiras brasileiras, concluída no início deste século, França e Inglaterra procuraram ampliar seus espaços na Amazônia às custas do Brasil. Porém, notório foi o interesse dos EUA no século XIX, em razão mesmo da sua política expansionista que incorporou pelas armas partes do México e comprou da Rússia o Alasca. Famosa foi a campanha deflagrada por um oficial da Marinha norte-americana, o Tenente Matthew Fontaine Maury, que, afirmando ser a Amazônia parte do complexo geográfico formado pelo Golfo do México, como uma extensão natural do Mississipi, defendia que a América meridional devia transformar-se numa dependência dos EUA. "O mundo amazônico" – pregava o Tte. Maury, que chefiava o Serviço Hidrográfico da Marinha norte-americana – "é o paraíso das matérias primas, aguardando a chegada de raças fortes e decididas para ser conquistado científica e economicamente." Como conseqüência dessa campanha, em 1853, o Governo dos EUA enviava ao Congresso uma mensagem com uma referência à Amazônia: "uma região que, se aberta, à indústria do mundo, ali se achariam fundos inexauríveis de riquezas." Não faltaram, então, pressões sobre o Império para que este abrisse o rio Amazonas à livre navegação internacional. O Imperador não cedeu. A Guerra civil norte-americana retirou, na ocasião, a questão amazônica da pauta expansionista dos EUA.
Na década de 40, a tentativa de criação de um Instituto Internacional da Hiléia Amazônica, inspirado pelo professor Berredo Carneiro e que seria integrado basicamente pelas nações sul-americanas com interesses diretos na Amazônia, para estimular a sua exploração científica, inviabilizou-se na luta ideológica que o envolveu, tendo então sido visto como um instrumento de internacionalização do território amazônico.
Vinte anos depois, foi a vez do Hudson Institute lançar o projeto dos "Grandes Lagos" para a produção de energia elétrica e para a navegação. Segundo o Cel. Manoel Teixeira Pires, este projeto iria representar uma autêntica variante ao canal do Panamá para ser utilizado pelos EUA. Na época, o governo brasileiro frustrou o projeto.
Com o fim da guerra fria, as pressões retornaram. Em 1989, numa reunião do G-7, à qual o Pres. Sarney compareceu como convidado, foi ele instado a ceder direitos para que os países ricos pudessem explorar economicamente a Amazônia. Se a concessão fosse dada, a posse dos recursos acabaria traduzindo-se na posse do território.
Em 1989, o então senador e hoje candidato à Presidência dos EUA, afirmava solenemente: "Os brasileiros pensam que a Amazônia é deles. Não é. Ela pertence a todos nós." Mais recentemente, a mesma afirmação reproduziu-a outro senador (Kasten), que acrescenta: "assim como o ozônio, as chuvas, o oxigênio, etc., a Amazônia deve pertencer a todos." Em 83, Margareth Thatcher havia sido mais enfática: "Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar suas dívidas externas, que vendam suas riquezas, seus territórios e suas fábricas." Também Mitterand, em 89, afirmava: "O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia." Até Gorbatchev, em 1992, julgou-se com o direito de afirmar: "O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes." John Major, então primeiro-ministro da Inglaterra: "As nações desenvolvidas devem estender os domínios da lei ao que é comum de todos no mundo. As campanhas de ecologistas internacionais a que estamos assistindo, o passado e o presente, sobre a região amazônica, estão deixando a fase propagandística, para dar início a uma fase operativa que pode definitivamente ensejar intervenções militares diretas sobre a região."
Mais grave porém, porque está diretamente ligado aos interesses do imperialismo estadunidense, cuja estratégia é a incorporação colonial "definitiva" da América Latina ao seu contexto geopolítico, são as afirmações do Gal. Patrick Hugles, chefe do Órgão Central de Informações das Forças Armadas norte-americanas: "Caso o Brasil resolva fazer uso da Amazônia, pondo em risco o meio ambiente nos Estados Unidos, temos que estar prontos para interromper este processo imediatamente." Ao que a senhora Madeleine Allbright complementa: "quando as questões são de meio ambiente, não existem fronteiras." E a história nos ensina: quando um Estado poderoso precisa de um pretexto para intervir em outro Estado, qualquer pretexto serve. Esta lógica confere com a estratégia do Pentágono, divulgada pelo The New York Times (10/3/92), cujo objetivo é impedir o surgimento de uma potência militar fora da OTAN. Em 1995, o Chefe do estado-maior Conjunto, Gal. Collin Powell, recomendava a preservação da capacidade militar norte-americana em nível tal que desencorajasse o surgimento de qualquer adversário que pudesse desafiar o poderio norte-americano. E reservava uma posição subalterna para as forças armadas dos países latino-americanos.
Ora, opiniões são simples manifestações de pensamentos. Nem sempre se transformam em fatos. Mas, o imperialismo possui uma lógica que não pode ser ignorada: para os EUA continuarem hegemônicos e manterem o seu gigantesco potencial bélico, a energia interna do seu território já não basta. Eles precisarão absorver a energia das nações que lhes são subalternas. Enquadra-se nisto a América do Sul e, naturalmente, a Amazônia.
A British Petroleum/Brascan é o maior grupo estrangeiro que atua na Amazônia, detendo 174 mil km², ou 13% do subsolo reservado da Região Amazônica. Território equivalente aos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina. Um estudo do CNPq mostra a presença de empresas multinacionais na exploração mineral, concentradas na "chamada área reservada", controlando cerca de 40% do subsolo dessa área da Região Amazônica, equivalendo a 367 mil km². 98% desta área está em poder de apenas 17 grandes grupos, ou seja, suficientemente poderosos para influenciarem as decisões políticas nacionais e para terem na sua retaguarda seus respectivos Estados nacionais.
Não vou falar das centenas de ONGs que atuam na Amazônia, sob os mais diferentes pretextos e interesses – menos os dos brasileiros, evidentemente. (Como diria o Pe. Antônio Vieira: eles não querem o nosso bem; eles só querem os nossos bens). Citarei apenas o Conselho Mundial de Igrejas Cristãs (1981): "A Amazônia total... é considerada por nós como um patrimônio da humanidade. (...) É nosso dever (...) esgotar todos os recursos que, devida ou indevidamente, possam redundar na defesa, na segurança e na preservação desse imenso território e de seres humanos que o habitam e que são patrimônio da humanidade, e não patrimônio dos países cujos territórios pretensamente dizem lhes pertencer."
E tem brasileiro que incorpora essa lorota, sem se perguntar: por que  a nossa Amazônia deve ser "patrimônio da humanidade", e não a Terra toda, hoje monopolizada economicamente por três ou quatro centenas de corporações mundiais e "privatizada" como patrimônio de alguns poucos milhares de indivíduos poderosíssimos, sobrepostos aos bilhões de homens e mulheres que mal vegetam ? Por que só o território amazônico deve ser internacionalizado, e não o território dos EUA que controlam a economia do mundo e concentram a maior parte da sua riqueza? Por que não o território culto da Europa ocidental, berço do imperialismo contemporâneo? No atual sistema de dominação mundial, a quem beneficiaria uma "pretensa" internacionalização da Amazônia?
A questão colombiana, onde a presença dos Estados Unidos já é notória, traz-nos à lembrança – com o sinal trocado – o ocorrido há 150 anos na China, com a chamada Guerra do Ópio, quando a Inglaterra, atendendo aos traficantes ingleses que monopolizavam aquele comércio, atacou a China, e, com duas guerras saqueou o "celeste império", abrindo-o para o livre comércio do Ocidente, sobretudo para o imperialismo inglês estabelecer a sua base em Hong Kong. Na ocasião, a rainha Vitória teria declarado que, se estivesse no lugar do Imperador da China, também proibiria o tráfico de ópio. Porém, era fundamental que a Inglaterra defendesse o "livre comércio", sem o qual ela não sobreviveria, atribuindo-se à rainha a seguinte conclusão: "o país" – europeu, evidentemente – "que tivesse sob seu controle a China, não só controlaria todo o Oriente, como tornar-se-ia a nação hegemônica do século XIX". As palavras podem não ter sido exatamente estas, mas a história corresponde a elas.
Ora, correndo, embora, o risco da comparação exagerada, ouso afirmar que a potência que tiver sob seu controle a Amazônia, terá não apenas o domínio de toda a América meridional, como obterá dela os recursos naturais para sustentar-se como a hegemonia absoluta do século XXI.
Os que tencionam alienar a Amazônia, que preço lhe atribuiriam? Alguns patriotas convictos declaram que ela é parte inseparável do Brasil, logo ela é inalienável. O seu preço custaria o sangue dos que tentarem disputá-la.
No entanto, não preservaremos brasileira a nossa parte amazônica, se não preservarmos o Brasil como nação independente, capaz de transformar-se numa potência singular, núcleo forte de uma integração democrática dos povos latino-americanos.
(Encerro recomendando a leitura da coletânea publicada pelo Núcleo de Estudos Matias de Albuquerque – "Amazônia" –, publicação valiosa sobre aquele rico território brasileiro e sul-americano.)
Antônio Rezk
MHD – Movimento Humanismo e Democracia

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

UM FRAGMENTO DA ESCRAVIDÃO


Mais de um século após a extinção do escravismo, Brasil ainda vê pessoas subjugadas em condições semelhantes 
Nenhuma instituição se encravou mais profundamente na vida brasileira, com efeitos perniciosos, do que a escravidão. Ela perdurou, como se sabe, por quase 400 anos, mudando apenas de objeto, ao passar, preferencialmente, do índio ao negro.
           
Pesquisas recentes, de historiadores como João Fragoso e Manolo Florentino, quantificaram a importância do comércio de escravos, em mãos de brasileiros desde meados do século 18, revendo assim a interpretação da história colonial, muito concentrada na acumulação de riqueza por parte dos grandes senhores do açúcar. Convém lembrar que a propriedade de escravos foi um desejo comum de toda a sociedade brasileira, rica ou pobre, havendo gente de limitadas posses que era proprietária de um ou dois escravos, de cujos serviços jamais imaginaria prescindir.
           
Aqui, trato de um expressivo fragmento ideológico dessa história, focando um parecer examinado pela Seção de Negócios Estrangeiros do Conselho de Estado, de abril de 1859, publicado num livro da Fundação Alexandre de Gusmão, do Ministério das Relações Exteriores, em 2005, intitulado "O Conselho de Estado e a Política Externa - Consultas da Seção dos Negócios Estrangeiros (1858-1862)".
           
Como só historiadores têm a obrigação de saber o que foi o Conselho de Estado, e todas as demais pessoas não necessariamente, convém lembrar que se tratava de um órgão consultivo previsto na Constituição brasileira de 1824, composto de no máximo dez membros vitalícios, de religião católica, com idade não inferior a 40 anos, nomeados pelo imperador.
           
O Conselho era ouvido "em todos os negócios graves e medidas gerais da administração", incluindo-se entre elas quase todas em que o imperador se dispunha a utilizar seu Poder Moderador, também previsto no texto constitucional.

Órgão centralizador           
Tido, com razão, como um órgão típico da centralização conservadora do Império, o Conselho de Estado foi suprimido pela Regência, em 1834, quando a onda oligárquico-liberal descentralizadora ganhou força no país. Com a maioridade de d. Pedro 2º, no âmbito do chamado "regresso", o Conselho de Estado voltou a funcionar a partir de 1841, exercendo suas funções até o fim do Império.
           
O parecer que desejo ressaltar versa sobre a questão da cidadania dos escravos libertos, nascidos fora do Brasil, suscitada pela legação imperial brasileira em Montevidéu. Seu autor era uma figura destacada do Império, José Antonio Pimenta Bueno, consultor do Ministério dos Negócios Estrangeiros, mais tarde visconde e marquês de São Vicente.
           
O entendimento de Pimenta Bueno, segundo o qual os libertos, nas condições apontadas, eram cidadãos brasileiros, foi submetido ao exame do Conselho de Estado e contraditado pelo parecer deste. O relator da matéria foi Eusébio de Queiroz, responsável pela iniciativa da lei que extinguira o tráfico de escravos para o Brasil, em 1850.
           
Ao lado de outros argumentos jurídicos, o pronunciamento do Conselho, acolhido pelo imperador, lembrou os precedentes e assinalou o fato de que muitos libertos nessas condições haviam sido deportados para fora do Império, na Bahia e no Rio de Janeiro.
           
Vê-se, pois, que, na dúvida sobre a nacionalidade do liberto, o governo imperial preferia considerá-lo indesejável, expulsando-o do país. O dado mais significativo do texto de Pimenta Bueno é a forma inteiramente natural com que trata da condição jurídica do escravo, a respeito da qual elabora uma construção lógica arrepiante aos nossos olhos e, ao mesmo tempo, incontrastável. Vale a pena reproduzir um trecho.

Sem pátria 
"O art. 6º, parágrafo 1 da Constituição não reconheceu como cidadãos brasileiros os escravos, enquanto escravos, embora nascidos no Brasil, e, certamente, não podia nem devia reconhecê-los como tais, porque os escravos são antes uma propriedade, embora de natureza especial, do que pessoas no gozo de seus direitos e, assim, não podem ser membros da sociedade civil e, menos, da sociedade política; o declará-los cidadãos valeria o mesmo que libertá-los. Ora, daí deduziremos uma primeira conseqüência e é que, qualquer que seja o lugar do nascimento, o escravo enquanto escravo não tem pátria nem nacionalidade; sua naturalidade é indiferente em relação à sociedade civil ou política, pois que ele não é membro dela."
           
Esse texto impressiona o olhar de hoje não porque não saibamos que o escravo era considerado coisa, um semovente cuja obrigação consistia em seguir seu dono, embora conseguisse, por muitas formas, na vida real, abrir brechas nessa condição e, bem ou mal, afirmar-se como pessoa.
As afirmações do parecer se destacam pelo seu caráter prescritivo e pela formulação lógica em que declara, com todas as letras, mais do que a marginalidade, a inexistência como gente, de um setor da sociedade, que, na época, representava algo em torno de 17% da população.
           
A uma distância de mais de um século da extinção do sistema escravista, é doloroso saber que até hoje existem no país pessoas subjugadas em condições semelhantes ao do escravo, sejam elas negras, caboclas, mulatas ou brancas.

Atitude humilde          
E é o caso de nos perguntarmos também, com certa humildade, que práticas comuns ao nosso tempo não serão vistas como absolutamente inadmissíveis daqui a cem anos: a desigualdade social? A destruição dos bens naturais? As condições de vida nas grandes cidades? A poluição ambiental? A persistente discriminação racial? Ou será hipótese assustadora que tudo será pior e os nossos pósteros terão saudades dos tempos em que nós existimos? 
Boris Fausto,
Folha de São Paulo 19/11/2005

terça-feira, 30 de agosto de 2011

KARL MARX MANDA LEMBRANÇAS



O que estamos vendo não é erro nem acidente. Mais uma vez, os Estados tentarão salvar o capitalismo da ação predatória dos capitalistas. Em meados do século 19, Karl Marx já havia revelado como este jogo se dá.

As economias modernas criaram um novo conceito de riqueza. Não se trata mais de dispor de valores de uso, mas de ampliar abstrações numéricas. Busca-se obter mais quantidade do mesmo, indefinidamente. A isso os economistas chamam “comportamento racional”. Dizem coisas complicadas, pois a defesa de uma estupidez exige alguma sofisticação.

Quem refletiu mais profundamente sobre essa grande transformação foi Karl Marx. Em meados do século 19, ele destacou três tendências da sociedade que então desabrochava: (a) ela seria compelida a aumentar incessantemente a massa de mercadorias, fosse pela maior capacidade de produzi-las, fosse pela transformação de mais bens, materiais ou simbólicos, em mercadoria; no limite, tudo seria transformado em mercadoria; (b) ela seria compelida a ampliar o espaço geográfico inserido no circuito mercantil, de modo que mais riquezas e mais populações dele participassem; no limite, esse espaço seria todo o planeta; (c) ela seria compelida a inventar sempre novos bens e novas necessidades; como as “necessidades do estômago” são poucas, esses novos bens e necessidades seriam, cada vez mais, bens e necessidades voltados à fantasia, que é ilimitada. Para aumentar a potência produtiva e expandir o espaço da acumulação, essa sociedade realizaria uma revolução técnica incessante. Para incluir o máximo de populações no processo mercantil, formaria um sistema-mundo. Para criar o homem portador daquelas novas necessidades em expansão, alteraria profundamente a cultura e as formas de sociabilidade. Nenhum obstáculo externo a deteria.

Havia, porém, obstáculos internos, que seriam, sucessivamente, superados e repostos. Pois, para valorizar-se, o capital precisa abandonar a sua forma preferencial, de riqueza abstrata, e passar pela produção, organizando o trabalho e encarnando-se transitoriamente em coisas e valores de uso. Só assim pode ressurgir ampliado, fechando o circuito. É um processo demorado e cheio de riscos. Muito melhor é acumular capital sem retirá-lo da condição de riqueza abstrata, fazendo o próprio dinheiro render mais dinheiro. Marx denominou D - D” essa forma de acumulação e viu que ela teria peso crescente. À medida que passasse a predominar, a instabilidade seria maior, pois a valorização sem trabalho é fictícia. E o potencial civilizatório do sistema começaria a esgotar-se: ao repudiar o trabalho e a atividade produtiva, ao afastar-se do mundo-da-vida, o impulso à acumulação não mais seria um agente organizador da sociedade.

Se não conseguisse se libertar dessa engrenagem, a humanidade correria sérios riscos, pois sua potência técnica estaria muito mais desenvolvida, mas desconectada de fins humanos. Dependendo de quais forças sociais predominassem, essa potência técnica expandida poderia ser colocada a serviço da civilização (abolindo-se os trabalhos cansativos, mecânicos e alienados, difundindo-se as atividades da cultura e do espírito) ou da barbárie (com o desemprego e a intensificação de conflitos). Maior o poder criativo, maior o poder destrutivo.

O que estamos vendo não é erro nem acidente. Ao vencer os adversários, o sistema pôde buscar a sua forma mais pura, mais plena e mais essencial, com ampla predominância da acumulação D - D”. Abandonou as mediações de que necessitava no período anterior, quando contestações, internas e externas, o amarravam. Libertou-se. Floresceu. Os resultados estão aí. Mais uma vez, os Estados tentarão salvar o capitalismo da ação predatória dos capitalistas. Karl Marx manda lembranças.
Cesar Benjamin

domingo, 21 de agosto de 2011

REVISÃO PARA AVALIAÇÃO TRIMESTRAL - CNEC - PARACAMBI - 7ª SÉRIE


O CONTEÚDO AQUI EXPLICITADO NÃO REPRODUZ UMA ORDEM CRONOLÓGICA FIEL DOS ACONTECIMENTOS, O MESMO TEM POR OBJETIVO AUXILIÁ-LO EM SUAS RESOLUÇÕES.


A Biotecnologia aplicada ao desenvolvimento de alguns produtos agrícolas é de todas as novas tecnologias, a que oferece o maior potencial para se elevar a produtividade, como: aplicação do nitrogênio visando utilizar água do mar para irrigação, frutas cítricas mais resistentes às geadas, trigo que cresce no deserto, etc.
Plantation é um sistema agrícola baseado na produção monocultora de gêneros tropicais para fins de exportação, praticada em grandes propriedades (latifúndios).
Transgênicos são os vegetais derivados da alteração genética onde esse processo pode alterar o tamanho das plantas, retardar a deterioração dos produtos agrícolas após a colheita ou torná-los mais resistentes às pragas, aos herbicidas e aos pesticidas, etc. Apesar das críticas de ambientalistas e de cientistas, aumentou no mundo a área cultivada de soja transgênica, com destaque para os Estados Unidos e o Brasil, que estão entre os maiores produtores mundiais.
Revolução Verde é uma estratégia de elevação da produção agrícola mundial, concebida nos Estados Unidos, por meio da introdução de um pacote tecnológico, contendo novas técnicas de cultivo, equipamentos para mecanização, fertilizantes, defensivos agrícolas e sementes selecionadas.

O processo de concentração fundiária caminha junto à industrialização da agropecuária com predomínio de capitais, logo, os pequenos agricultores não conseguem competir e são forçados a abandonar suas lavouras de subsistência e vender suas terras, a intensa mecanização leva à redução do trabalho humano e à mudança nas relações de trabalho, com a especialização de funções e o aumento do trabalho assalariado e de diaristas. Essas modificações na estrutura fundiária provocam desemprego no campo, intenso êxodo rural, além de aumentar o contingente de trabalhadores sem direito a terra e sua exclusão social.

A alta especialização produtiva, que reforça a necessidade de circulação de alimentos pelo planeta é uma das características do setor agropecuário na atualidade. No entanto, os custos de produção são muito diferentes em todas as partes do planeta, políticas de subsídios agrícolas e de barreiras protecionistas foram e continuam sendo adotadas por alguns Estados (países), no sentido de proteger seus produtores rurais. Sobre o tema, o Brasil se destaca por tomar a frente nas negociações que defendem a derrubada dos subsídios e protecionismos no setor agropecuário, praticados pelos EUA e alguns países da União Europeia, restringindo as exportações dos países periféricos. O País é o criador do grupo conhecido como G-20, formado em 2003 em Cancun, México, por ocasião da reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), que deu continuidade à Rodada de Doha (2001, Catar), a qual acirrou as divergências entre ricos e pobres no comércio mundial.
Tudo bem que com a visita do presidente norte-americano ao Brasil esperava-se cair, ou pelo menos diminuir as barreiras protecionistas “impostas” pelos EUA sobre o nosso suco de laranja, carne, algodão, etc. Não foi exatamente o que se viu, mas tudo bem, a liderança brasileira trouxe como vantagens um avanço nas negociações em favor dos interesses dos países pobres, uma vez que abriu a possibilidade de maior acesso aos mercados consumidores dos países ricos, diante da flexibilização desses mecanismos protecionistas, mesmo que a médio ou em longo prazo.

Ultimamente os produtos orgânicos vêm ganhando destaque pelo mundo, estamos presenciando depois da Revolução Verde, um aumento significativo das áreas que cultivam esse tipo de produto. Apesar do preço ainda não tão satisfatório, esses produtos tem ganhado a simpatia de seus consumidores devido a alguns fatores que vem sendo apontados como responsáveis pelo crescimento dessa demanda, por exemplo: a segurança alimentar, às preocupações ambientais e ao melhor sabor dos alimentos, fatores esses que os produtos surgidos pós Revolução Verde, mesmo com tanta tecnologia não conseguiram alcançar.
É claro que não se pode negar que a chamada Revolução Verde trouxe benefícios para a população mundial, seu objetivo é, ou pelo menos era, aumentar a produtividade e evitar quebra na safra em diferentes regiões agrícolas do planeta, graças ao emprego de seus fertilizantes químicos, agrotóxicos e sementes selecionadas. No entanto, o emprego dessas técnicas, mostra também o preço que estamos pagando “do outro lado de sua moeda”, quando os fertilizantes e agrotóxicos são levados pela chuva para os córregos e rios, prejudicando o equilíbrio ecológico de seus ecossistemas, tudo bem que é justamente a utilização desses fertilizantes e agrotóxicos, que fazem com que esses produtos cultivados sejam mais vigorosos e abundantes, mas também prejudica o pequeno produtor que acaba impossibilitado de competir com os grandes latifundiários, o que acarreta entre outras coisas, o desemprego no campo e o êxodo rural.
Será mesmo que um belo “prato de salada colorida” faz tão bem assim?  É justamente sobre essas consequências ecológicas e sociais que devemos sempre pensar antes de qualquer atitude tipicamente urbano capitalista.

O Brasil vem se destacando nos últimos anos como um grande exportador de produtos agrícolas e pecuários, sendo os principais, cana-de-açúcar, soja, laranja e carne, resultado do excepcional desenvolvimento do agronegócio em nosso país. O aprimoramento do agronegócio barateou o custo dos alimentos e deu à população um maior poder de consumo e de escolha, contudo, embora gere grande produção e rentabilidade, é caracterizado pelo latifúndio e pela mecanização da agricultura, promovendo vários problemas, principalmente ligados às questões ambientais e sociais, como por exemplo: desmatamento para expansão agrícola, poluição dos rios, devido ao uso intenso de agrotóxicos, desemprego rural, devido à mecanização agrícola, conflito de terra e inviabilização da competitividade dos pequenos proprietários, e o êxodo rural, entre outros. Esses problemas estão cada dia mais presentes em nossa realidade socioeconômica.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

RELEVO


relevo terrestre e submarino se desenha através da ação de vários fatores internos e externos. Dependendo da força da ação, formam-se vários tipos de relevo, alguns mais altos, como planaltos e montanhas, e outros mais baixos, como é o caso de planícies e depressões.
Os seres vivos também ajudam a esculpir o relevo e, ao mesmo tempo, dependem dele.
Como se formou o relevo terrestre? Como é o relevo brasileiro? Como é superfície da Terra por baixo da água? Como mudamos a crosta terrestre? E por que esse assunto é importante para nós? 

Conceitos de Relevo

Relevo – “é o conjunto de formas presentes na superfície sólida do planeta”. Resulta da estrutura geológica (fatores internos) e dos processos geomórficos (fatores externos). O primeiro forma a estrutura do relevo e o segundo esculpe as formas.
Conceitos de relevo
1) Planície – áreas extensas planas em que há mais sedimentação que erosão. Áreas chatas e mais baixas, geralmente, no nível do mar. Porém, podem ficar em terras altas, como as várzeas de um rio num planalto.
2) Montanha – terrenos bastante elevados, acima de 300 metros. Podem ser classificadas quanto à origem ou idade.
3) Depressão – áreas situadas abaixo do nível do mar ou das outras superfícies planas.
4) Planalto – terras mais altas que o nível do mar, razoavelmente planas delimitadas por escarpas íngrimes. Há mais erosão que sedimentação.

Agentes endógenos do relevo

Os agentes endógenos, ou internos, do relevo são processos estruturais que atuam de dentro para fora. Às vezes, vêm com muita força e rapidez, modificando o relevo. Eles acontecem por causa do movimento das placas tectônicas e dos fenômenos magmáticos. São exemplos de agentes internos: o tectonismo, o vulcanismo, os terremotos e abalos sísmicos.

Agentes exógenos do relevo

Agentes exógenos, ou externos, são aqueles que esculpem o relevo terrestre através de um processo erosivo, o intemperismo, que pode ser químico (alteração da constituição da rocha), físico (desintegração) ou biológico (ação dos seres vivos). Há três partes do procedimento: a erosão (desgaste das rochas superficiais causado por rios, chuvas, geleiras, vento, etc.), o transporte dos sedimentos resultantes da erosão, e a sedimentação ou acumulação dos detritos que formam novas camadas rochosas.

O relevo e a sociedade

O relevo é importante para a sociedade, principalmente no que se refere a lazer e economia. É uma fonte de lazer, pois se não fosse ele não existiria praias para se passar o verão e nem haveria montanhas para se esquiar ou para, de lá, saltar. Sua importância também é vista na economia de muitas regiões agrícolas, já que alguns produtos só podem ser cultivados em certos lugares. Há cultivos que só podem existir em regiões em que o relevo seja propício para o aparecimento de rios. Montanhas, por exemplo, impedem a passagem de chuvas e correntes de ar, logo lá não se pode desenvolver certos plantios. Lugares que vivem de turismo podem se destacar por praias, vales, montanhas e cordilheiras. Novamente, a crosta terrestre ajuda no desenvolvimento de uma região.
Assim como o relevo influencia na vida de pessoas, seres vivos modificam o relevo. Animais e raízes de plantas escavam a terra, provocando fendas no solo. As plantas têm um papel importante como protetoras do solo, pois fornecem matéria orgânica e impedem sua destruição. A intervenção humana sobre a superfície terrestre, construindo e destruindo formas de relevo, é chamada de erosão antrófica ou acelerada, já que acelera processos naturais. Ações como o desmatamento ou o corte de um barranco para a construção de estradas causam grandes desequilíbrios e aceleram a erosão da superfície.


Relevo submarino

No relevo abaixo do mar há:
Plataforma continental: Fica abaixo do nível do mar onde aparecem as ilhas continentais ou costeiras, de origem vulcânica, tectônica ou biológica. Apresenta uma profundidade razoável, que possibilita a entrada de luz solar e, logo, o desenvolvimento de vegetação marinha. Com o passar do tempo, as depressões do terreno da plataforma continental tornam-se bacias sedimentares de grande importância para a exploração de petróleo no oceano.
Talude: É o fim do continente, onde ocorre o encontro da crosta continental com a crosta oceânica. Tem profundidade de até 3 mil metros. As fossas marinhas são depressões abissais que aparecem abaixo do talude, em zonas de encontro de placas tectônicas.
Região pelágica: é o relevo submarino onde encontramos depressões, montanhas tectônicas e vulcanismo. Na região pelágica, aparecem as ilhas oceânicas que chegam a 6 mil metros abaixo do mar.
Relevo Submarino

Relevo brasileiro 

O relevo brasileiro é constituído de diversas formas, dentre elas, “serras, planaltos, chapadas, depressões, planícies”, etc., ocasionadas, principalmente, por processos externos, como a chuva e o vento. No continente, os agentes internos não participaram da formação do relevo, mas algumas ilhas foram formadas por atividades vulcânicas no passado.
A estrutura geológica é, predominantemente, antiga, as mais recentes são da era cenozóica.
O relevo classifica-se em diversas regiões. Vários autores classificam-no de formas diferentes:
A classificação de Aroldo de Azevedo: Foi feita em 1949, por isso está um pouco desatualizada, mesmo assim continua em uso, por três fatores: a preocupação com um tratamento coerente às unidades do relevo, dando mais valor a terminologia geomorfológica; a identificação de áreas individualizadas; e a simplicidade e originalidade. Aroldo dividiu o país em:
  • Planalto das Guianas (região Norte: Amapá, Amazonas, Roraima e Pará)
  • Planalto Central (ao centro)
  • Planalto Atlântico (região leste)
  • Planalto Meridional (região Sul – Paraná e Santa Catarina – e São Paulo)
  • Planície Amazônica (Amazônia)
  • Planície Costeira (litoral)
  • Planície do Pantanal (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul)
A classificação de Aziz N. Ab’Sáber: Em 1962, Aziz dividiu o relevo brasileiro, utilizando, às vezes, fotografias aéreas. Basicamente, ele manteve a classificação de Aroldo de Azevedo, fazendo algumas modificações com base no tipo de alteração (sedimentação ou erosão) predominante. As mudanças feitas em relação à classificação foram:
  • Planalto Nordestino (parte nordeste do Planalto Atlântico, de Aroldo)
  • Planalto Leste e Sudeste (parte leste e sudeste do Planalto Atlântico)
  • Planalto do Maranhão-Piauí (nos estados do Maranhão e Piauí)
  • Planalto Uruguaio-Sul-Rio-Grandense (no Rio Grande do Sul)
A classificação de Jurandyr L. S. Ross: Divulgada em 1995, usa uma tecnologia avançada que identifica as verdadeiras dimensões das unidades de relevo. A Planície Amazônica, por exemplo, reduziu-se a 5% do que era nas outras classificações e virou Planície do Rio Amazonas. O resto virou depressões e planaltos. Já o Planalto Central foi dividido e o Meridional e das Guianas “sumiram”. Ele classificou em três níveis o relevo: o 1º dizia se o tipo da estrutura (planalto, planície  ou depressão); o 2º considerava a estruturação dos planaltos (ex.: sedimentar, cristalino...); e o 3º dava nome aos planaltos, planícies e depressões.Agora, havia 28 unidades geomorfológicas. Dentre elas, havia a dos 11 planaltos – com morros, serras, chapadas e cuestas -, com destaque para: o Planalto da Amazônia Ocidental, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná, Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba, e Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste. Também existia a unidade das 11 depressões – podendo ser periféricas, marginais ou interplanáticas – e a das 6 planícies, composta pelas planícies do Rio Araguaia, do Rio Guaporé, da Lagoa dos Patos e Mirim, do Pantanal Mato-Grossense, do Rio Amazonas.

Conclusão
Existem vários tipos de formas na crosta terrestre. Elas são conseqüências de ações na superfície terrestre e muda com o desgaste das áreas mais elevadas e com a deposição de materiais nas superfícies deprimidas. Ações internas como o terremoto e o vulcanismo também alteram o relevo. Os seres vivos mudam o terreno escavando-o, degradando-o, ou fornecendo matéria orgânica. Eles também necessitam do relevo, que é importante no plantio de certos produtos para os agricultores e, conseqüentemente, para toda a sociedade. Cidades litorâneas e turísticas dependem muito do relevo.
Assim como a crosta terrestre sofre alterações, tendo de se adaptar às mudanças dos seres vivos, o ser humano tem que se adaptar a Terra e conviver com ela, por isso é importante conhecer o relevo.
Bibliografia
Marcos de AMORIM, “ Geografia geral e do Brasil”
Igor MOREIRA, “O espaço geográfico”
WILLIAM V., “Brasil – sociedade e espaço”
Jaime OLIVA, “Temas da geografia mundial”
Maria Elena SIMIELLI “Geoatlas”

segunda-feira, 1 de agosto de 2011


Brasil exporta mais e balança tem alta de 133% em julho
01/08/2011 - 15h55
Redação
O superávit comercial, saldo positivo de exportações menos importações, chegou a US$ 3,135 bilhões em julho, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, divulgados hoje. Houve uma alta de 133% em relação ao mesmo mês de 2010, quando os valores chegaram a US$ 1,344 bilhão.

No mês passado, as exportações somaram US$ 22,252 bilhões, com média por dia útil de US$ 1,059 bilhão. As importações ficaram em US$ 19,117 bilhões (US$ 910,3 milhões diários).

De janeiro a julho, o superávit comercial ficou em US$ 16,101 bilhões, contra US$ 9,230 bilhões registrados em igual período de 2010. Nos sete meses do ano, as exportações chegaram a US$ 140,555 bilhões. As importações ficaram em US$ 124,454 bilhões.

Às 15h30 de hoje, haverá entrevista coletiva no ministério para comentar os resultados da balança comercial em julho.

da Agência Brasil

EXERCÍCIOS - URBANIZAÇÃO BRASILEIRA.




1 - "A população, além de trocar de unidade espacial de forma duradoura, modifica sua atividade, transferindo-se do setor primário para o secundário ou terciário."
O texto refere-se à migração
a) pendular.
b) sazonal.
c) rural-rural.
d) rural-urbana.
e) urbano-rural.

2 - "(...) Estatísticas criminais no Brasil são precárias e manipuláveis. Servem para tudo, para aumentar ou diminuir os índices de violência. De quatro em quatro anos a violência se torna o tema eleitoral mais importante, inexplicavelmente acima da saúde, educação alimentação e emprego."
Fonte: Editorial - "Jornal do Brasil" - 02/09/94

A violência no Brasil, especialmente no meio urbano-metropolitano, já há alguns anos, vem-se tornando alvo de promessas eleitorais que valorizam o uso de repressão policial como solução definitiva para o problema. A questão, porém, parece ser mais complexa, conforme se verifica na cidade do Rio de Janeiro, onde a violência:
a) se distribui de modo homogêneo pelo espaço urbano.
b) se relaciona à atuação do crime organizado em comunidades marcadas pela precariedade da ação do Estado.
c) apresenta níveis iguais entre as diversas comunidades e classes sociais.
d) é fruto unicamente de abusos das autoridades policiais, que se mostram mal equipadas e treinadas.
e) tem sua origem nos meios de comunicação que cultuam e mistificam a agressividade humana, valorizando-a como mercadoria.

3 - "Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na FAVELA onde eu nasci"...
("Rap da Felicidade" - MC Cidinho/MC Doca)
Sobre as favelas que fazem parte da paisagem urbana brasileira, julgue os itens a seguir.
(   ) As metrópoles são lugares onde as diferenças sociais ficam muito claras pois a riqueza e a pobreza encontram-se lado a lado e as injustiças sociais aparecem nitidamente na própria paisagem urbana.
(   ) As favelas localizam-se geralmente nas periferias ou em locais impróprios para construção de moradias, como áreas sujeitas a deslizamentos de morros ou sobre cursos de água poluídos, onde se disseminam doenças.
(   ) Uma das causas da existência de favelas é a extrema concentração da renda nacional.
(   ) A favela é o resultado do desnível entre urbanização e oferta de novos empregos urbanos.

4 - O processo de urbanização é um dos traços marcantes do mundo contemporâneo presente em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, entretanto a urbanização apresenta características distintas em cada uma dessas realidades. Analise as afirmações abaixo sobre essas características.
I. Nos países desenvolvidos, as cidades estruturam-se gradativamente para absorver os migrantes e, por conseguinte, melhoram as condições de moradia, de serviços e a oferta de emprego.
II. Nos países subdesenvolvidos, a urbanização acelerada está associada às péssimas condições de vida no campo e à estrutura fundiária concentrada, o que estimula o êxodo rural.
III. Nos países subdesenvolvidos, o rápido e desordenado crescimento das cidades deu origem ao fenômeno denominado macrocefalia urbana.
IV. Nos países desenvolvidos, a urbanização está relacionada à presença da indústria na cidade e à ausência de técnicas modernas no campo, o que acentuou a migração rural-urbana.

5 - Um conjunto de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços públicos e infraestruturas comuns, define a:
a) metropolização
b) área metropolitana
c) rede urbana
d) megalópole
e) hierarquia urbana

6 - Nas grandes cidades brasileiras, a falta de moradia e o aumento do desemprego estão diretamente relacionados à existência de que tipos de habitação?

a) Favelas e condomínios.
b) Favelas e cortiços.
c) Mansões e vilas.
d) Vilas e bairros.
e) Lugarejos e condomínios.

7 - A intensa e acelerada urbanização brasileira resultou em sérios problemas sociais urbanos, entre os quais podemos destacar:

a) Falta de infraestrutura, limitações das liberdades individuais e altas condições de vida nos centros urbanos.
b) Aumento do número de favelas e cortiços, falta de infraestrutura e todas as formas de violência.
c) Conflitos e violência urbana, luta pela posse da terra e acentuado êxodo rural.
d) Acentuado êxodo rural, mudanças no destino das correntes migratórias e aumento no número de favelas e cortiços.
e) Luta pela posse da terra, falta de infraestrutura e altas condições de vida nos centros urbanos.

8 - Sobre a urbanização no Brasil, é CORRETO afirmar:

I. O processo de urbanização no Brasil inicia-se, de fato, no período do pós-guerra com a instalação, no País, de indústrias multinacionais. Esse processo dá-se pela repulsão do campo e pela atração da cidade.
II. No Brasil, o processo de urbanização foi essencialmente concentrador, gerando grandes cidades e metrópoles.
III. O crescimento desenfreado dos centros urbanos no Brasil tem trazido consequências, como o trabalho informal e o desemprego decorrente de sucessivas crises econômicas.
IV. Um dos problemas graves provocado pela urbanização no Brasil é a marginalização dos excluídos que habitam áreas sem infraestrutura urbana e, junto a isso, o aumento da criminalidade.
V. As principais redes urbanas do Brasil estão na faixa litorânea, devido a fatores econômicos, históricos e geográficos.

9 - A construção de Brasília durante o governo Juscelino Kubitschek (1956-1961) teve, entre suas motivações oficiais,

a) afastar de São Paulo a sede do governo federal, impedindo que a elite cafeicultora continuasse a controlá-lo.
b) estimular a ocupação do interior do país, evitando a concentração das atividades econômicas em áreas litorâneas.
c) deslocar o funcionalismo público do Rio de Janeiro, permitindo que a cidade tivesse mais espaços para acolher os turistas.
d) tornar a nova capital um importante centro fabril, reunindo a futura indústria de base do Brasil.
e) reordenar o aparato militar brasileiro, expandindo suas áreas de atuação até as fronteiras dos países vizinhos.

10 - Escreva F ou V  para as proposições que tratam de realidades concretas vivenciadas no espaço urbano brasileiro pela população de baixa renda.

(   ) As favelas, que muitas vezes são vistas por milhares de brasileiros apenas como lugar da desordem social, agregam milhares de trabalhadores que disponibilizam sua força de trabalho a serviço do desenvolvimento econômico do País. Esses trabalhadores não tem acesso a outro lugar no solo urbano, nem condições de usufruir das benesses do mundo moderno.
(  ) A segregação residencial é consequência de um espaço mercadoria, cujos valores de uso e troca definem as formas de apropriação e de luta pelo direito de morar na cidade.
(   ) O espaço urbano de uma grande cidade como São Paulo é hoje a soma de várias cidades que apresentam realidades diversas sem articulação entre si.
(   ) A falta de empregos nas grandes cidades brasileiras inclui na paisagem mendigos que moram embaixo de viadutos (sem teto), pedem esmolas ao lado de crianças além de subempregados e
crianças que disputam espaços nos semáforos para venderem
bugigangas na busca da sobrevivência.
(   ) A violência em toda sua dimensão não é problema apenas das grandes metrópoles; nas cidades de menor porte ela também se faz presente. Vem deixando sua marca registrada em muitas escolas brasileiras.









11 - Analise a letra da música abaixo.

Minha Alma (A paz que eu não quero)

A minha alma está armada
e apontada para a cara
do sossego
pois paz sem voz
não é paz é medo [...]
As grades do condomínio
são para trazer proteção
mas também trazem a dúvida
se não é você que está nessa prisão
me abrace e me dê um beijo
faça um filho comigo
mas não me deixe sentar
na poltrona no dia de domingo
procurando novas drogas
de aluguel nesse vídeo
coagido pela paz
que eu não quero
seguir admitindo

http://o-rappa.musicas.mus.br/letras/28945
 Assinale a alternativa que indica o problema central destacado na letra da música.

a) A formação da chamada cidade informal das regiões metropolitanas.
b) A falta de infraestrutura básica nos subúrbios das metrópoles.
c) O aprofundamento da pobreza nas grandes cidades brasileiras.
d) A violência criminal que atormenta os moradores dos grandes centros urbanos.

12 - "Antes, o silêncio e a vegetação rasteira dominavam a planura, monotonia quebrada apenas pelo colorido das flores, pelo cantar dos pássaros e pelas formas caprichosas das árvores do cerrado. Mas um dia o barulho das máquinas e o vaivém incessante dos operários agitaram os chapadões, anunciando que novos tempos eram chegados. A cidade e a vida se organizaram: as estradas se abriram, os apartamentos, as escolas e os prédios para a administração pública se ergueram; tudo pouco a pouco surgiu no planalto, onde o vale transformou-se em um lago e a terra vermelha em sombras e flores".

É mais provável que o texto apresente a organização da natureza e a produção de um espaço tendo definida uma função principal para a cidade de

a) Londrina, polo de irradiação da cultura cafeeira pelo Norte do Paraná, na década de 30.
b) Brasília, construída na década de 60, para ser a sede do governo federal do País.
c) Rondonópolis, no Mato Grosso, polo da expansão da fronteira agrícola em direção à Amazônia, nas décadas de 60-70.
d) Palmas, escolhida para capital do Estado de Tocantins, criado pela Constituição de 1988.
e) Goiânia, de arquitetura moderna, construída especialmente para tornar-se a sede do governo estadual de Goiás.