EUROPA –
ASPECTOS GERAIS e o PIONEIRISMO INGLÊS
A
Europa é marcada por uma grande densidade de territórios independentes, fruto
das relações históricas de disputas pelo poder.
A Europa é o segundo menor continente em
superfície do mundo, cobrindo cerca de 10 180 000 km² ou 2% da superfície da
Terra e cerca de 6,8% da área acima do nível do mar. Dos cerca de 50 países da
Europa, a Rússia é o maior tanto em área quanto em população (sendo que a
Rússia se estende por dois continentes, a Europa e a Ásia) e o Vaticano é o
menor.
A Europa é o quarto continente mais populoso
do mundo, após a Ásia, a África e a(s) América(s), com 731 milhões de
habitantes, cerca de 11% da população mundial. No entanto, de acordo com a
Organização das Nações Unidas (estimativa média), o peso europeu pode cair para
cerca de 7% em 2050. Em 1900, a população europeia representava 25% da
população mundial. As fronteiras para a Europa, um conceito que remonta à
Antiguidade clássica, são um tanto arbitrárias, visto que o termo
"Europa" pode referir-se a uma distinção cultural e política ou
geográfica.
O continente europeu não possui
características homogêneas, pois as disparidades se apresentam em diversos aspectos
como paisagens naturais, clima, política e cultura. O continente possui várias
maneiras de ser regionalizado, uma delas é classificando em Europa Ocidental e
Oriental.
A Europa é considerada o berço da “civilização”
ocidental ou “Velho Mundo”, por ter desempenhado um papel preponderante na cena
mundial a partir do século XVI, especialmente após o início do colonialismo.
Entre os séculos XVI e XX, as nações europeias controlaram em vários momentos
as Américas, a maior parte da África, a Oceania e grande parte da Ásia. Ambas
as guerras mundiais foram em grande parte centradas na Europa, sendo
considerado como o principal fator para um declínio do domínio da Europa
Ocidental na política e economia mundial a partir de meados do século XX, com
os Estados Unidos e a União Soviética ganhando maior protagonismo.
Durante a Guerra Fria, a Europa estava
dividida ao longo da Cortina de Ferro entre a Organização do Tratado do
Atlântico Norte, a oeste, e o Pacto de Varsóvia, a leste. A vontade de evitar
outra guerra acelerou o processo de integração europeia e levou à formação do
Conselho Europeu e da União Europeia na Europa Ocidental, os quais, desde a
queda do Muro de Berlim e do fim da União Soviética em 1991, têm vindo a
expandir-se para o leste.
A regionalização antes e, principalmente,
depois da Segunda Guerra Mundial gerou uma fronteira abstrata, isso significa o
surgimento de uma barreira ideológica entre dois grupos de países que compõem o
mesmo continente, de um lado os aliados dos Estados Unidos (capitalista) e do
outro lado os que apoiam a União Soviética (socialista), consolidando de vez a
Europa Ocidental e Oriental.
Com o declínio da URSS, e também do
socialismo, surgiram diversas repúblicas autônomas que compunham o território
soviético, no entanto, a independência não garantiu uma inserção eficaz na
economia de mercado provenientes da herança do sistema produtivo da economia
planificada que vigorava na URSS, que não conseguiu acompanhar as outras
economias.
Sobre o
pioneirismo inglês e sua problemática interna.
Antes da Revolução Industrial, a atividade
produtiva era artesanal e manual, no máximo com o emprego de algumas máquinas
simples. No artesanato um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a
obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses
trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os
profissionais da época dominavam todas etapas do processo produtivo.
Com a Revolução Industrial os trabalhadores
perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar
para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da
matéria-prima, do produto final e do lucro. O trabalho tornou-se, assim,
alienado.
Foi a Inglaterra o país que saiu na frente
no processo de Revolução Industrial do século XVIII. Este fato pode ser
explicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão
mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar
as máquinas e as locomotivas à vapor. Além da fonte de energia, os ingleses
possuíam grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria-prima
utilizada neste período. A mão de obra disponível em abundância (desde a Lei
dos Cercamentos), também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de
trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII.
A burguesia inglesa tinha capital suficiente
para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar
empregados. O mercado consumidor inglês também pode ser destacado como
importante fator que contribuiu para o pioneirismo inglês.
As fábricas do início da Revolução
Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições
das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e
sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se
a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar
até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não
havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário,
auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício. Quando
desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de
precariedade.
Em muitas regiões da Europa, os
trabalhadores se organizaram para lutar por melhores condições de trabalho. Os
empregados das fábricas fizeram greves, formaram os sindicatos com o objetivo
de melhorar as condições de trabalho dos empregados. Houve também movimentos
mais violentos como, por exemplo, o ludismo. Também conhecidos como
"quebradores de máquinas", os ludistas invadiam fábricas e destruíam
seus equipamentos numa forma de protesto e revolta com relação a vida dos
empregados. O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela via
política, conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores, como
o direito a voto aos trabalhadores.
A Revolução tornou os métodos de produção
mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente,
barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou também o
número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a
mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo
rural e o crescimento desordenado das cidades também foram consequências
nocivas para a sociedade.
Na segunda metade do século XIX, países
europeus como a Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Itália, eram
considerados grandes potências industriais. Na América, eram os Estados Unidos
quem apresentavam um grande desenvolvimento no campo industrial. Todos estes
países exerceram atitudes imperialistas, pois estavam interessados em formar
grandes impérios econômicos, levando suas áreas de influência para outros
continentes.
Com o objetivo de aumentarem sua margem de
lucro e também de conseguirem um custo consideravelmente baixo, estes países se
dirigiram à África, Ásia e Oceania, dominando e explorando estes povos. Não
muito diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, que utilizou como
desculpa a divulgação do cristianismo; o neocolonialismo do século XIX usou o
argumento de levar o progresso da ciência e da tecnologia ao mundo com base no
*Darwinismo Social.
Na verdade, o que estes países realmente
queriam era o reconhecimento industrial internacional, e, para isso, foram em
busca de locais onde pudessem encontrar matérias primas e fontes de energia,
bem como expandir seu mercado consumidor e adquirir mão de obra barata e até
mesmo escrava. Os países escolhidos foram colonizados e seus povos
desrespeitados. Um exemplo deste desrespeito foi o ponto culminante da
dominação neocolonialista, quando países europeus dividiram entre si os
territórios africano e asiático, sem sequer levar em conta as diferenças éticas
e culturais destes povos.
Devido ao fato de possuírem os mesmo
interesses, os colonizadores lutavam entre si para se sobressaírem
comercialmente, e essa disputa, um pouco mais tarde, produziria a Primeira
Grande Guerra Mundial.
*O
darwinismo social acredita na premissa da existência de sociedades superiores
às outras, nessa condição, as que se sobressaem física e intelectualmente devem
e acabam por se tornar as governantes. Por outro lado, as outras - menos aptas
- deixariam de existir porque não eram capazes de acompanhar a linha evolutiva
da sociedade.