terça-feira, 18 de março de 2014

CAPITALISMO e SOCIALISMO



Chamamos de capitalismo o sistema socioeconômico em que os meios de produção (terras, fábricas, máquinas, dinheiro, etc.) são proprieda­des privadas. Os proprietários dos meios de pro­dução - uma minoria da sociedade - são os burgueses ou capitalistas; os não proprietários dos meios de produção - a maioria da sociedade - são os proletários ou trabalhadores, que vivem dos salários recebidos por seu trabalho.

Histórico

Já no século XV, o comércio era a principal atividade econômica na Europa. Assim, nesse período, o capitalismo (mercantil ou comercial) estruturava-se definitivamente a partir da necessidade e do interesse dos países europeus ou algumas cidades europeias em aumentar seu mercado para além dos limites nacionais e continentais.
A ampliação do comércio internacional consolidou o sistema capitalista dentro de uma sociedade de classes, na qual, de um lado, surgia e se fortalecia uma burguesia mercantil que, em aliança com os reis, detinha o poder e a riqueza (capital), e, de outro lado, o proletariado que, separado do capital e de seus meios de produção, tinha a oferecer sua força de trabalho em troca de salário.
O capitalismo se formou a partir da decadência do feudalismo; a servidão da gleba (obrigações feudais dos servos) foi substituída pelo trabalho assalariado, e a primazia dos senhores feudais coube então à burguesia mercantil e ao rei.
Foram dois séculos de amadurecimento até a Revolução Industrial (1750). As inovações técnicas (Maquinofatura) aliadas às riquezas provenientes das áreas colonizadas acabaram por promover um acúmulo de capital e uma crescente expansão da economia.
Surgiu, assim, a necessidade de garantir o fornecimento de matérias-primas, dominar os mercados consumidores e aplicar o capital de maneira segura, aumentando a capacidade de produzir e, consequentemente, os lucros. A riqueza provinha, então, da capacidade de produzir mercadorias e não mais do comércio.
Assim, o capitalismo industrial provocou a disputa pelas áreas fornecedoras de matérias-primas, pelos mercados compradores e pelos locais de investimentos seguros, levando as grandes potências dos séculos XIX e XX (Inglaterra, França, Bélgica, Japão, EUA e tardiamente Itália e Alemanha) a competir pela dominação política e econômica do mundo (neocolonialismo) e pela partilha dos territórios asiáticos e africanos, de acordo com seus próprios interesses.
O resultado da competição foi o imperialismo expresso pelo domínio econômico de uma nação sobre outra, na tentativa de manter o abastecimento de matérias-primas e os mercados consumidores, o que teve como consequências o militarismo, o nacionalismo, o racismo e a hierarquização das nações.
A partir da Segunda Guerra Mundial, com as potências europeias enfraquecidas e em crise, surgem os EUA como grandes investidores externos, graças ao acúmulo de capital e a seu crescente poder político-militar. O capitalismo entra em uma nova fase, financeira ou monopolista, com a expansão de grandes empresas (corporações multinacionais, hoje chamadas transnacionais), o incessante acúmulo de capitais em escala mundial, o monopólio e a internacionalização da produção, passando a ter como características marcantes:
Dentre as múltiplas características do modo de produção capitalista, destacam-se ainda:
Aplicação dos principais investimentos na indústria e nos recursos naturais; 
Distribuição da produção e dos lucros; 
Nova divisão internacional do trabalho. 
Propriedade privada ou particular dos meios de produção; 
Trabalho assalariado; 
Livre concorrência e livre iniciativa (economia de mercado); 
Lucro como objetivo; 
Presença de duas classes sociais: burguesia e proletariado.





O Socialismo
Como o capitalismo gerou grandes desigualdades entre os países e entre as pessoas na sociedade, alguns teóricos começaram a propor um sistema econômico e social mais justo. A partir de meados do século XIX, nasceram as ideias socialistas a partir da crítica às mazelas causadas pelo atual sistema.
Karl Marx, economista alemão, formulou a mais contundente crítica teórica ao capitalismo. Segundo ele, o sistema capitalista criaria tantas desigualdades sociais que acabaria produzindo sua própria decadência, sendo substituído por um novo sistema social, mais igualitário, o socialismo.
Os teóricos socialistas acreditavam que haveria uma revolução social que mudaria a estrutura da sociedade. Os trabalhadores assumiriam o controle do poder político e econômico, rebelando-se contra a burguesia, que perderia a propriedade privada dos meios de produção. Esses meios se tomariam coletivos (de toda a sociedade). Após a revolução proletária, haveria duas fases para a construção de uma sociedade igualitária: o socialismo e, posteriormente, o comunismo.


Diferenças entre Socialismo e Comunismo

O socialismo — conforme a tese marxista, no sistema socialista se manteriam o Estado e o governo no controle da vida social. O Estado seria conduzido por trabalhadores: a chamada ditadura do proletariado. O novo governo centralizaria o planejamento da economia e controlaria as propriedades.
O comunismo — na verdade, trata-se de um estágio mais avançado de sociedade que viria depois do período socialista, em que haveria igualdade absoluta entre os homens. O Estado desapareceria, não havendo mais nenhuma forma de opressão social, e a própria sociedade encontraria formas de se autorregulamentar. Até hoje, nenhum país que teve experiência socialista conseguiu atingir a fase comunista. Em princípio, as ideias comunistas estão próximas do anarquismo, sendo bastante utópicas e de difícil implementação.

O Socialismo Real

Na teoria, o socialismo e o comunismo pretendem a implantação de sociedades mais equilibradas, igualitárias, sem opressão e miséria. Entretanto, na prática o sistema distanciou-se bastante das teorias marxistas.
Socialismo real é o sistema implantado na prática pelos países que romperam com o capitalismo. A primeira revolução que derrubou o capitalismo ocorreu em 1917, no Império Russo (que passou a se chamar União das Repúblicas Socialistas Soviéticas — URSS — em 1922). O modelo socialista da União Soviética foi seguido pelos países que aderiram ao sistema posteriormente, embora houvesse características específicas em cada um. Esse sistema entrou em colapso a partir dos anos 80, tanto na União Soviética como em seus países satélites da Europa Oriental. O regime socialista chinês salvou-se, graças à sua maior abertura para a economia capitalista de mercado, iniciada por Deng Xiaoping, a partir do final dos anos 70.
O socialismo real não acompanhou o desenvolvimento científico e tecnológico do mundo capitalista desenvolvido. Nele predominava um modelo autoritário de governo, sem participação ativa dos cidadãos na vida política. Ao invés do Estado perder importância para dar lugar a uma sociedade plenamente livre, igualitária e democrática (comunismo), acabou se fortalecendo e ficou à mercê de uma nova elite burocrática e incompetente. O socialismo real criou um estrato social privilegiado — os burocratas — que controlavam a política e a economia. Os principais motivos da crise do socialismo real foram: a burocratização, a ineficiência econômica e o autoritarismo político.


Os Dilemas do Socialismo Real

• Propriedade estatal dos meios de produção — o governo centraliza, planeja, executa e administra todos os setores da economia: agropecuária, indústria, comércio, bancos e serviços.
• Melhor distribuição de renda na sociedade — o governo garante maior equilíbrio social, mantendo condições básicas de alimentação, saúde e educação para a maioria da população.
• Autoritarismo político — não há participação da sociedade nas decisões políticas: vigora um sistema de partido único, o do governo, uma ditadura em que não poderia haver eleições nem qualquer oposição. O poder era monopólio do Partido Comunista e de seus dirigentes.




Capitalismo X Socialismo


O capitalismo e o socialismo aqui, estão representando os dois grandes polos que conflitaram no período de 1947 a 1991, ou seja, o tema abordado é a Guerra Fria. Esse evento aconteceu dois anos após a Segunda Guerra Mundial; porém, na Guerra Fria não houve conflitos diretos, exceto em alguns países como Vietnã, as Coreias e Afeganistão, onde foi palco de algumas guerras paralelas. 

Os dois regimes econômicos pelejavam, por um lado, o capitalismo com os Estados Unidos e por outro, a União Soviética e os demais países comunistas.  O sistema econômico representado pelo país do Tio Sam visava o lucro. As propriedades privadas são detentoras dos meios de produção e distribuição e trabalham com a lei da oferta e procura.

De acordo com os americanos, o capitalismo simbolizava a liberdade, uma vez que cada indivíduo poderia ser dono do seu próprio negócio, pagar seus funcionários e investir onde bem entendesse. O regime capitalista já tinha tomado suas proporções. Ele culminou no período das manifestações, revoluções como a Revolução Industrial, a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa.

O capitalismo gerava desigualdades sociais através da sua má distribuição de renda, o desemprego e outros fatores. Por outro lado, o socialismo visava uma economia voltada para o bem coletivo – diferente do individualismo do sistema econômico não planejado. No socialismo, a economia está em poder do Estado.

A distribuição dos recursos de forma justa, executada pelo governo vigente, bem como a remuneração dada a cada trabalhador, segundo sua produção e qualidade do exercício formam algumas das características do sistema de economia planejada ou planificada. O capitalismo e o socialismo são totalmente opostos em seus ideias.

A oposição entre as ideias dos dois sistemas econômicos-políticos acarretou na deposição do então czar (título do soberano da Rússia, nos tempos imperiais e pronuncia-se: tsar), Nicolau II, em 1917. O mundo tinha apenas o capitalismo como forma de economia, visto que esse havia sido criado após o feudalismo – erradicado no século XVIII, em 1789. 

As condições de vida, na Rússia, eram deploráveis e a população não tinha participação na política, uma vez que os chefes de estados eram os czares. Entretanto, baseado em ideias de Karl Marx, o povo se organizou e implantou o sistema socialista no país. 

No período posterior à Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), mais países adotaram o socialismo ao invés de continuar com o capitalismo, que foram: a formada União Soviética, a China, a Coreia do Norte, Cuba, Polônia, Iugoslávia e o Vietnã. Os Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, os países da América do Sul e da Europa Ocidental continuaram com o capitalismo. 

Foi no ano de 1947, que começou a disputa da hegemonia do mundo e o duelo entre as duas grandes economias, o capitalismo e o socialismo. Ambos apresentavam mudanças para a sociedade: de um lado, os Estados Unidos enfatizavam a respeito da liberdade e democracia do capitalismo e, por outro ponto de vista, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) mostrava o socialismo como solução dos problemas da sociedade, tais como: o desemprego, a desigualdade social e afins.

Todavia, os Estados Unidos eram bem superiores que a URSS e os demais países socialistas. Os norte-americanos detinham mais da metade da riqueza mundial através de suas reservas auríferas, indústrias, material bélico, petróleo e etc. Além disso, as tropas do exército americano estavam instaladas em muitos países europeus e no Japão.

A União Soviética também dominava a Europa; porém, ocupava a parte do leste – o continente era dividido em oriental e ocidental – e uma enorme faixa, na parte norte, do território asiático. Nada comparado ao domínio norte americano, uma vez que os locais ocupados pelo exército vermelho (URSS) eram de regiões agrícolas, ou seja, não contavam com muitos recursos.

Outro ponto contra a URSS foi a questão de que o país recebeu algumas batalhas da Segunda Guerra Mundial. A União Soviética teve perdas absurdas nesse período de 1939 a 1945. Foram mais de 20 milhões de mortos no país, uma perda inestimável para eles. Enquanto que os americanos perderam cerca de meio milhão em combates. A União Soviética já não se encontrava nas melhores condições. Os soviéticos tiveram grande parte de sua estrutura abalada, devido aos resquícios da Segunda Guerra Mundial. 

Após anos de batalha entre os dois sistemas econômicos, é possível destacar que o capitalismo impera desde o fim da guerra, em 1991. A maioria dos países adotou tal sistema político-econômico e as heranças deixadas por ele são visíveis nos dias de hoje. Atualmente, os países que continuaram com o sistema socialista que, na verdade, tendem mais para uma economia planificada cujos princípios são semelhantes; Cuba, Coreia do Norte e Mianmar.