quarta-feira, 19 de março de 2014
terça-feira, 18 de março de 2014
CAPITALISMO e SOCIALISMO
Chamamos
de capitalismo o sistema socioeconômico em que os
meios de produção (terras, fábricas, máquinas, dinheiro, etc.) são propriedades privadas. Os proprietários dos meios de
produção - uma minoria da sociedade - são os burgueses ou capitalistas; os não
proprietários dos meios de produção - a maioria da sociedade - são os
proletários ou trabalhadores, que vivem dos salários recebidos por seu
trabalho.
Histórico
Já
no século XV, o comércio era a principal atividade econômica na Europa. Assim,
nesse período, o capitalismo (mercantil ou comercial) estruturava-se
definitivamente a partir da necessidade e do interesse dos países europeus ou
algumas cidades europeias em aumentar seu mercado para além dos limites
nacionais e continentais.
A
ampliação do comércio internacional consolidou o sistema capitalista dentro de
uma sociedade de classes, na qual, de um lado, surgia e se fortalecia uma burguesia mercantil que, em aliança com os
reis, detinha o poder e a riqueza (capital), e, de outro lado, o proletariado que, separado do capital e de seus
meios de produção, tinha a oferecer sua força de trabalho em troca de salário.
O
capitalismo se formou a partir da decadência do feudalismo; a servidão da
gleba (obrigações feudais dos servos) foi substituída pelo trabalho assalariado,
e a primazia dos senhores feudais coube então à burguesia mercantil e ao rei.
Foram
dois séculos de amadurecimento até a Revolução Industrial (1750). As inovações técnicas
(Maquinofatura) aliadas às riquezas provenientes das áreas colonizadas acabaram
por promover um acúmulo de capital e uma crescente expansão da economia.
Surgiu,
assim, a necessidade de garantir o fornecimento de matérias-primas, dominar os
mercados consumidores e aplicar o capital de maneira segura, aumentando a
capacidade de produzir e, consequentemente, os lucros.
A riqueza provinha, então, da capacidade de produzir mercadorias e não mais do
comércio.
Assim,
o capitalismo industrial provocou a disputa pelas áreas
fornecedoras de matérias-primas, pelos mercados compradores e pelos locais de
investimentos seguros, levando as grandes potências dos séculos XIX e XX
(Inglaterra, França, Bélgica, Japão, EUA e tardiamente Itália e Alemanha) a
competir pela dominação política e econômica do mundo (neocolonialismo) e pela
partilha dos territórios asiáticos e africanos, de acordo com seus próprios
interesses.
O
resultado da competição foi o imperialismo expresso pelo domínio econômico de uma
nação sobre outra, na tentativa de manter o abastecimento de matérias-primas e
os mercados consumidores, o que teve como consequências o militarismo, o
nacionalismo, o racismo e a hierarquização das nações.
A
partir da Segunda Guerra Mundial, com as potências europeias
enfraquecidas e em crise, surgem os EUA como grandes investidores externos,
graças ao acúmulo de capital e a seu crescente poder político-militar. O
capitalismo entra em uma nova fase, financeira ou monopolista, com a expansão
de grandes empresas (corporações multinacionais, hoje chamadas transnacionais),
o incessante acúmulo de capitais em escala mundial, o monopólio e a
internacionalização da produção, passando a ter como características marcantes:
Dentre as múltiplas características
do modo de produção capitalista, destacam-se ainda:
Aplicação dos
principais investimentos na indústria e nos recursos naturais;
Distribuição da
produção e dos lucros;
Nova divisão
internacional do trabalho.
Propriedade privada
ou particular dos meios de produção;
Trabalho assalariado;
Livre concorrência e
livre iniciativa (economia de mercado);
Lucro como objetivo;
Presença de duas
classes sociais: burguesia e proletariado.
O Socialismo
Como
o capitalismo gerou grandes desigualdades entre os
países e entre as pessoas na sociedade, alguns teóricos começaram a propor um
sistema econômico e social mais justo. A partir de meados do século XIX,
nasceram as ideias socialistas a partir da crítica às mazelas causadas pelo
atual sistema.
Karl
Marx, economista alemão, formulou a mais contundente crítica
teórica ao capitalismo. Segundo ele, o sistema capitalista criaria tantas
desigualdades sociais que acabaria produzindo sua própria decadência, sendo
substituído por um novo sistema social, mais igualitário, o socialismo.
Os
teóricos socialistas acreditavam que haveria uma revolução
social que
mudaria a estrutura da sociedade. Os trabalhadores assumiriam o controle do
poder político e econômico, rebelando-se contra a burguesia, que perderia a
propriedade privada dos meios de produção. Esses meios se tomariam coletivos
(de toda a sociedade). Após a revolução proletária, haveria duas fases para a
construção de uma sociedade igualitária: o socialismo e, posteriormente, o comunismo.
|
O capitalismo e o socialismo aqui, estão
representando os dois grandes polos que conflitaram no período de 1947 a
1991, ou seja, o tema abordado é a Guerra Fria. Esse evento aconteceu dois
anos após a Segunda
Guerra Mundial; porém, na Guerra Fria não houve conflitos diretos,
exceto em alguns países como Vietnã, as Coreias e Afeganistão, onde foi palco
de algumas guerras paralelas.
Os dois regimes econômicos pelejavam, por um lado, o capitalismo com os Estados Unidos e por outro, a União Soviética e os demais países comunistas. O sistema econômico representado pelo país do Tio Sam visava o lucro. As propriedades privadas são detentoras dos meios de produção e distribuição e trabalham com a lei da oferta e procura.
De acordo com os americanos, o capitalismo
simbolizava a liberdade, uma vez que cada indivíduo poderia ser dono do seu
próprio negócio, pagar seus funcionários e investir onde bem entendesse. O
regime capitalista já tinha tomado suas proporções. Ele culminou no período
das manifestações, revoluções como a Revolução Industrial, a Independência dos
Estados Unidos e a Revolução Francesa.
O capitalismo gerava desigualdades sociais através da sua má distribuição de renda, o desemprego e outros fatores. Por outro lado, o socialismo visava uma economia voltada para o bem coletivo – diferente do individualismo do sistema econômico não planejado. No socialismo, a economia está em poder do Estado.
A distribuição dos recursos de forma
justa, executada pelo governo vigente, bem como a remuneração dada a cada
trabalhador, segundo sua produção e qualidade do exercício formam algumas das
características do sistema de economia planejada ou planificada. O
capitalismo e o socialismo são totalmente opostos em seus ideias.
A oposição entre as ideias dos dois
sistemas econômicos-políticos acarretou na deposição do então czar (título do
soberano da Rússia, nos tempos imperiais e pronuncia-se: tsar), Nicolau II,
em 1917. O mundo tinha apenas o capitalismo como forma de economia, visto que
esse havia sido criado após o feudalismo – erradicado no século XVIII, em
1789.
As condições de vida, na Rússia, eram deploráveis e a população não tinha participação na política, uma vez que os chefes de estados eram os czares. Entretanto, baseado em ideias de Karl Marx, o povo se organizou e implantou o sistema socialista no país. No período posterior à Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), mais países adotaram o socialismo ao invés de continuar com o capitalismo, que foram: a formada União Soviética, a China, a Coreia do Norte, Cuba, Polônia, Iugoslávia e o Vietnã. Os Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, os países da América do Sul e da Europa Ocidental continuaram com o capitalismo. Foi no ano de 1947, que começou a disputa da hegemonia do mundo e o duelo entre as duas grandes economias, o capitalismo e o socialismo. Ambos apresentavam mudanças para a sociedade: de um lado, os Estados Unidos enfatizavam a respeito da liberdade e democracia do capitalismo e, por outro ponto de vista, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) mostrava o socialismo como solução dos problemas da sociedade, tais como: o desemprego, a desigualdade social e afins.
Todavia, os Estados Unidos eram bem
superiores que a URSS e os demais países socialistas. Os norte-americanos
detinham mais da metade da riqueza mundial através de suas reservas
auríferas, indústrias, material bélico, petróleo e etc. Além disso, as tropas
do exército americano estavam instaladas em muitos países europeus e no
Japão.
A União Soviética também dominava a
Europa; porém, ocupava a parte do leste – o continente era dividido em
oriental e ocidental – e uma enorme faixa, na parte norte, do território
asiático. Nada comparado ao domínio norte americano, uma vez que os locais
ocupados pelo exército vermelho (URSS) eram de regiões agrícolas, ou seja,
não contavam com muitos recursos.
Outro ponto contra a URSS foi a questão de
que o país recebeu algumas batalhas da Segunda Guerra Mundial. A União
Soviética teve perdas absurdas nesse período de 1939 a 1945. Foram mais de 20
milhões de mortos no país, uma perda inestimável para eles. Enquanto que os
americanos perderam cerca de meio milhão em combates. A União Soviética já
não se encontrava nas melhores condições. Os soviéticos tiveram grande parte
de sua estrutura abalada, devido aos resquícios da Segunda Guerra Mundial.
Após anos de batalha entre os dois sistemas econômicos, é possível destacar que o capitalismo impera desde o fim da guerra, em 1991. A maioria dos países adotou tal sistema político-econômico e as heranças deixadas por ele são visíveis nos dias de hoje. Atualmente, os países que continuaram com o sistema socialista que, na verdade, tendem mais para uma economia planificada cujos princípios são semelhantes; Cuba, Coreia do Norte e Mianmar. |
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